terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Carnaval em Taquaruçu



É isso, galera!!! Já que a nossa querida prefeitura palmense não dá o apoio necessário para que Taquaruçu tenha um carnaval como a cidade merece, alguns estabelecimentos estão dando o exemplo e se organizando para que os foliões tenham um carnaval de boa qualidade, saudável, meio à moda antiga, mas com pitadas de inovações, no melhor estilo. Não que a comunidade queira um mega evento, recheado de atrações importadas da Bahia... nada disso! O que a cidade quer é simplesmente um maior apoio e valorização do que é próprio da terrinha, que conta com excelentes músicos e com uma estrutura turística que tem condições de abrigar perfeitamente quem por aqui excursione. Para tanto, basta conferir a programação para os quatro dias de saturnália (rsrsrs). Aff! O jeito é cair na folia, que vai ser bom demais!!!



Outra boa pedida é o carnaval alternativo promovido pelo Tendencies, principalmente para quem está cansado dos axés musics, funks piriguetianos, entre outras cositas más... rsrsrsrs

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A Brincadeira - Milan Kundera




Num relato rítmico e envolvente, Kundera mais uma vez, tece a tênue fibra das relações humanas. Escrito em 1965, A brincadeira é um livro ensimesmado, onde os personagens se apresentam de forma atemporal, na primeira pessoa, desvendando amores e frustrações, cada um dentro do seu universo.

O livro também revela aspectos dos primeiros anos de ocupação do socialismo russo no país theco, onde o sonhos de construção de uma nova realidade voltada para o proletariado está sendo construído, permeado por jovens cheios de expectativas, mas também de arrogância.

Arrogância essa que leva o personagem principal, Ludovik, a modificar de forma inexorável o seu destino, a partir de uma brincadeira juvenil. Aliás, esse é um tema recorrente na literatura de Milan Kundera: juventude, risíveis amores e, a inexorabilidade de pequenas ou despretensiosas ações.

Apaixonado por música, assim como Hesse, o autor apresenta esta forma de arte como a mais pura expressão do ser e como caminho para a autorealização. Também, o que o regime socialista causou à cultura do seu país, assim como o esforço inútil de ressureição das tradições típicas como forma de contar a história de um povo e a marca indelével imposta pelo regime socialista ditatorial e burocrata, levando toda uma geração ao inócuo.

Kundera permeia seu texto com densidade, mostrando o amor como a forma mais sublime de entrega ao outro e encontro de si mesmo. Mas, que, a sua falta pode remeter seus personagens à mais absoluta escuridão. Eis um dos trechos que, ao meu ver, é o mais emblemático da obra:

"As histórias pessoais, além de acontecerem, também significam alguma coisa? Apesar de todo o meu ceticismo, sobrou-me um pouco de superstição irracional, como a curiosa convicção de que todo acontecimento que me sucede comporta também um sentido, que ele significa alguma coisa; que a vida, por sua própria aventura, nos fala, nos revela, gradualmente um segredo, que se oferece como um enigma a ser decifrado, que as histórias que vivemos formam ao mesmo tempo a mitologia de nossa vida e que essa mitologia detém a chave da verdade e do mistério. É uma ilusão? É possível, é mesmo verossímel, mas não posso reprimir essa necessidade de decifrar continuamente a minha própria vida."

(Kundera, Milan. A Brincadeira. Círculo do Livro, São Paulo, 1967. p.174)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

A Corda e a Escada

Poetas mortos não falam
Nem consentem perdão
Não andam em ruas paralelas
Não almejam graças e votos frequentes
Não rumorejam
Nem escapam aos olhos de quem tudo vê!
É uma questão de ética!

Quero seu corpo e sua alma
A corrente que rasteja no andar de cima
Rasteja e tarda!
A corda e a escada
A sala suja
A comida jogada fora
O estranho corredor por onde passeia minha infância
O inventário do vazio
Que está posto e não morre!
Como um deserto colossal
Que abastece a minha sede
A escada e a corda
Amparadas na inércia do nada
Que apavora a solidão que todas as escadas sentem!

Agora,
Meu corpo é muito mais alma
Por sua casa
Agora, os poetas mortos
Já não sobem escadas
Nem lançam cordas
Desatam risos em corredores escuros
Consomem a vela dos tempos
E passam despercebidos
Agora, jazem poetas famintos
E estraçalhados
Do estardalhaço da hora morta
Da falta que se sente de tudo,
Quando se morre por dentro

24/12/2005
Palmas,TO.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Reggae no Cerrado

Bafafá Cultural—Vila de São Jorge, GO. Julho/2008 Foto: arquivo pessoal


Continuando a falar sobre o cenário alternativo musical de Palmas, nada mais alternativo do que fazer reggae no cerrado. Se para fazer rock já é difícil, imagina só, reggae! A única banda do estado do Tocantins, La Cecilia, que o diga. Mesmo com todas as dificuldades e passando por alterações estruturais, é uma das poucas que ainda consegue manter um ritmo freqüente de apresentações. O grupo já tem na bagagem participações em shows de nomes consagrados como Raimundos, Peble Ruदे, Nando Reis e os Infernais, Planta e Raiz, entre outros. Confira matéria em vídeo para saber mais sobre a banda.

Rock no terreno cáustico do cerrado




4º PMW Rock Festival – ago de 2008
Foto: www.pmwrockfestival.com.br
Palmas tem um cenário musical alternativo bem controverso e variado, terreno nada amistoso para o clima cáustico do cerrado, cujo monopólio aponta para o gênero sertanejo. É nesse terreno árido que encontramos bandas que sobrevivem de fazer rock e suas várias nuances, que vão do hard core ao punk, passando pelo heavy metal, o pop rock nacional, e por que não, MPB, samba e chorinho.
O que diferencia Palmas de outras capitais é a grande mistura de formações musicais, visto que a cidade abriga pessoas de várias origens e naturalidades, enriquecendo com isso, o cenário artístico e cultural. Sob o ponto de vista do guitarrista e vocalista da banda HTTP, Rivaldo Sousa, que também é editor do blog Revista Intolerante, o cenário musical atual de Palmas é bastante propício, tendo havido um crescimento considerável, tanto no número de bandas, como de espaços alternativos que valorizam e divulgam a música feita na capital tocantinense.
HISTÓRICO
Segundo relato do próprio Doda no site www.conexaotocantins.com.br, no dia 13 de julho de 2007, as raízes do rock palmense data do ano de 93, com o evento MOSH, na feira da 304 Sul. Em 94, os irmãos Doda e Rodrigo junto com os amigos Jorge, Sósthenes e Régis criam a primeira banda, a Arcanus. Em seguida, aparece a Infecto Feto, formada pelos músicos Gregory, Tharson Lopes, Adrians e Luciano (mais tarde substituído pelo carioca Rodrigo Brows), misturando rock e música regional. Vencedora de dois festivais “Vozes do Tocantins” e com a participação no Skol Rock em Brasília, a banda desponta, dando o pontapé inicial para que uma nova tendência se instale definitivamente na cidade.
Atualmente, o cenário é de total efervescência, tendo várias bandas e formações de várias origens, tons e sonoridades. O baterista e percussionista de Brasília, Ruiter Castro é bastante atuante no cenário musical alternativo de Palmas, já tendo participado de vários grupos como Impacto Latino - Ex Raíces de América (Nacha Moretto e Jorge Menares), grupo Caixa de Marimbondo, que também está em fase de reformulação, e La Cecilia, única banda de reggae do Tocantins. O baterista se mostra bastante exigente e garante que “o que falta para que as bandas alcancem expressões nacionais é a falta de organização na execução dos seus projetos”, disse Castro.
BANDAS


BODDAH DICIRO

Foto: http://www.boddahdiciro.com.br/




Uma das principais bandas de Palmas é a BODDAH DICIRO, que se encontra atualmente em Goiânia, gravando o primeiro CD, Strange. Sob influência musical de Radiohead, Alice in Chains, Nirvana, Silverchair , Tom Jobim e Frank Sinatra, o grupo de autodenomina “a banda grunge alternativo de Palmas”, formada por .Samia Cayres na guitarra e vocal, Roberto, também guitarra e vocal, Dan no baixo e Dídia na bateria.




ALBION


Foto: http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/bandaalbion/


Outro destaque é a banda Albion, que produz músicas autorais sob forte influência do rock britânico, trazendo nas suas melodias características de bandas como The Beatles, The Who, Arctic Monkeys, Stone Roses, Franz Ferdinand, Kasabian, dentre outras. O grupo é formado pelos irmãos Pablo Brum (vocal e gaita) e Rafael Victor (guitarra) juntamente os amigos Rodolfo San (bateria) e Tadeu Jardim (contrabaixo e sintetizador).
Apesar de ter uma formação bem recente, já se prepara para gravar o primeiro cd em São Paulo, com o título provisório “All Be One” que contará com a produção musical de Heraldo Paarmann, ex-guitarrista do Ultraje a Rigor e com as participação especiais do multiinstrumentista norte-americano Erik Szabo, de Los Angeles, da vocalista Bia Lombardi, da banda paulista OverC e ainda o próprio Heraldo Paarmann tocando suas guitarras em duas faixas.


CRÍTICOS LOUCOS



Foto: http://www.criticosloucos.com.br/


Nascida em Palmas, em 2001, como uma continuação da antiga banda Contágio, de Colinas (TO), a banda Críticos Loucos tem à frente o vocalista Alan e apresenta uma formação musical mesclada por várias linhas e tendências. Com Jefferson na guitarra, Daniel Canoli no baixo, Thiago Play na bateria, o trabalho da banda é 100 por cento autoral.
O primeiro álbum, que foi lançado em maio de 2008 no 4° PMW Rock Festival é intitulado “Coisas do Além” e traz letras baseadas em fatos reais e cotidianos, sendo considerado o melhor trabalho totalmente produzido no Tocantins. A banda tem uma pegada forte e sonoridade própria, somada a uma ideologia religiosa, resultado da união do hard core, rap e metal. Segundo Thiago Play, baterista da banda, “esse foi um trabalho árduo de cerca de seis meses desde idealização, gravação, mixagem e produção. Mas esse foi um tempo que valeu a pena pelo resultado final”, comemorou o baterista.


MAIS

Foto: www.pmwrockfestival.com.br


Palmas conta ainda com a veterana BABA DE MUMM-RÁ — do rockeiro inveterado e corajoso produtor dos festivais Tendencies e T.O.M. E. (Tocantins Music Express), André Porkão.
MATA-BURRO que também produz o próprio festival, e a TOMA ROCK, que seguiu a mesma linha de promoção de evento para se lançar no mercado.
Temos ainda as bandas HTTP, rock n’roll de muitas vertentes e pegadas, e letras baseadas em contos de Edgar Alan Poe.
ANOREXIA e MEU XAMPU FEDE (as duas em fase de reformulação) - hard core com letras autorais.
ASCENDA — meio MPB, meio pop rock, mas com tiradas do melhor e autêntico rock e blues.
QUINTETO MUSICAL, que prima pelo clássico da música popular brasileira viajando pelo melhor do regional.
ENGENHO NOVO que segue a linha MPB e pop nacional.
CORELL – banda hard que já está em fase final de gravação do CD Grotescos Hits

Cenário Musical Alternativo de Palmas

Festivais que apóiam e divulgam a produção local
Incluídos no roteiro de grandes festivais independentes, Palmas hoje conta com dois eventos de suporte,quando o assunto é música alternativa: o Tendencies Rock Festival e o PMW Rock Festival. Apesar dos cerca de cem mil habitantes, a cidade oferece poucos espaços. As grandes casas se limitam a promover eventos que estejam de acordo com o gosto da grande mídia. Mesmo assim, bares, loja especializada de CD, de instrumentos musicais e até estúdios de gravação já estão disponíveis para os adeptos dos gêneros menos comercializados.

Corell no I Plugado/Tendencies Music Bar Outubro/2008 Foto:http://tonounderground.blogspot.com/

PMW Rock Festival
PMW Rock Festival é um dos festivais-referência do Norte do país, membro ativo da Abrafin (Associação Brasileira dos Festivais Independentes) e principal evento da cultura alternativa do estado do Tocantins, com uma característica central que é agregar bandas consagradas nacionalmente à bandas que estão despontando , ainda, à bandas e artistas locais que melhor representem o estado.
Em maio desse ano o evento chegou à sua 4ª edição e reuniu algumas das bandas mais representativas do estado junto a artistas independentes de outras partes do país como Móveis Coloniais de Acaju e Lafusa (DF), Zefirina Bomba (PE) e Cachorro Grande (RS).
O festival nasceu da vontade de inserir o estado no roteiro musical
4º PMW Rock Festival Maio/2008
Foto:
http://tonounderground.blogspot.com/
alternativo de produções independentes, iniciado em 2005 com a apresentação de 13 bandas locais e 8 do resto do país. Caminhando para a 5ª edição, o PMW Rock já trouxe bandas expressivas para a capital como, Madame Satã (PA), Matanza e Maldita (RJ), Cordel de Fogo Encantado (PE) e Esquerda Volver (DF).
Segundo um dos realizadores do festival, o goiano Gustavo Campos, o cenário alternativo musical de Palmas “ vive um momento bastante singular. Olhando pra trás, a evolução está acontecendo, bandas estão se formando, circulando o Brasil, lugares para se tocar estão aparecendo, sites e blogs especializados estão na grande rede, artistas estão gravando, estúdios estão sendo abertos, enfim, está sendo criado um mercado musical sólido e duradouro na capital”, disse Campos. Para ele, o que falta realmente é um maior envolvimento da população, comprando os CD’s das bandas, além de comparecerem aos eventos, para fortalecer esse mercado que parece bastante promissor.

TENDENCIES ROCK FESTIVAL
Tendencies Rock Festival é produzido por André Donzelli (Porkão), dono do Tendencies Music Bar e vocalista da Baba de Mum-Rá, uma das bandas mais polêmicas do cenário musical de Palmas. Com o objetivo de promover e incentivar a produção local, não só de rock, mas de outras linhas musicais, o evento também se destina à formação de público, visto haver uma preocupação constante em trazer o que há de melhor do underground nacional, como Coléra, Garotos Podres, Imago Mortis, entre outras.
Tanto que, a 5ª edição contou com um público de duas mil pessoas e trouxe bandas para todos os gostos musicais, da nova sensação paulista, Velhas Virgens à veterana Plebe Rude. Entre as atrações locais tivemos La
Anonimato (PB) no 5º Tendencies Rock Festival

Cecilia, Mestre Kuka, Boddah Diciro, Mata-Burro, Clamor e Vertikal.

BURRADA
Para conseguir sobreviver na capital palmense, muitas bandas se vêem obrigadas a elaborarem seus próprios festivais. É o caso da Mata-Burro, que em agosto desse ano, promoveu a primeira edição do Burrada Festival. trazendo ao palco Meros-Berros (Miracema) e as palmenses Corell, Críticos Loucos, Albion e Boddah Diciro. Com um público de aproximadamente 200 pessoas e ingressos populares, o grupo mostrou que não é preciso esperar convites para tocar em festivais. Com um pouco de organização e muita boa vontade dá para fazer bonito e atrair público.

1º Burrada Festival no Tendencies Music Bar

Foto: http://www.nausearreia.blogspot.com/

MAIS
Entre os novos espaços que abrigam a música alternativa de Palmas, temos o Espaço Alta Tensão, o Tendencies Music Bar, a casa de shows e petisqueria Vila de Palma e o CoKorum (eventualmente), que sempre trazem nos seus cardápios músicos e bandas da cidade.

Som no CoKorum com os músicos Haphelson (violão), Félix Jr (cavaquinho) e Diego Brito (baixo) – setembro/2008

Foto: Arquivo pessoal