domingo, 15 de fevereiro de 2009

A Corda e a Escada

Poetas mortos não falam
Nem consentem perdão
Não andam em ruas paralelas
Não almejam graças e votos frequentes
Não rumorejam
Nem escapam aos olhos de quem tudo vê!
É uma questão de ética!

Quero seu corpo e sua alma
A corrente que rasteja no andar de cima
Rasteja e tarda!
A corda e a escada
A sala suja
A comida jogada fora
O estranho corredor por onde passeia minha infância
O inventário do vazio
Que está posto e não morre!
Como um deserto colossal
Que abastece a minha sede
A escada e a corda
Amparadas na inércia do nada
Que apavora a solidão que todas as escadas sentem!

Agora,
Meu corpo é muito mais alma
Por sua casa
Agora, os poetas mortos
Já não sobem escadas
Nem lançam cordas
Desatam risos em corredores escuros
Consomem a vela dos tempos
E passam despercebidos
Agora, jazem poetas famintos
E estraçalhados
Do estardalhaço da hora morta
Da falta que se sente de tudo,
Quando se morre por dentro

24/12/2005
Palmas,TO.

Um comentário:

  1. simplesmente demais, vc meu bem continue derramando as palavras para nosso deleite bjos

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