quarta-feira, 13 de maio de 2009

Poeira dos Tempos I

Foto: http://www.aguiadourada.com/imagens/mandala.jpg



Um dia
Sabedor do universo profundo que circunda a alma
Um velho profeta questionou visões
Um dia, coitado!
Quando estrelas findavam em poeira
Todas as fórmulas estavam prontas para sempre
Como para sempre um dia ficamos prontos,
Mesmo que na hora errada.
Um dia, quem sabe,
A história se consuma em autofagia cultural
Um absurdo seja totalmente cabível e viável
Uma dose de absinto que cura
Uma porta aberta na fenda dos tempos
Como todo sábado é dia profano
Como pássaros sofrendo com a estiagem
Como gargalhadas infindáveis
Ecoando num deserto incomum e incerto
Como folhas num outubro insofismável
E era só o deserto que contava, em chamas!
E o coração supostamente aos pedaços.
Por que a sua chave nunca abre?
Observando imensidões procurei o que você chamava de amor
E quando o amor estava pronto
Você incendiou a cama que forjamos com algas
À beira de lençóis.
Um dia,
Tudo era coragem.
A força destinava o medo,
Mesmo quando nada mais restava.
E a dignidade se chamava MEDO.
Aqui nos separamos,
Entre a alma e o segredo.
Um dia,
Transfigurada,
Calava-se a alma tão pouco,
Tão nada,
Quase morta, coitada!
Tão raros e tão profundos
Como quando se é para sempre quase nada...
Coitada!




Nenhum comentário:

Postar um comentário